quarta-feira, 30 de abril de 2014

Companheiros de luta

Nesta terça-feira, no Paraná, servidores administrativos e professores da rede estadual de educação encerraram greve que durou exatamente uma semana. Os professores do estado são representado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, a conhecida APP, que costuma fazer bastante barulho em suas ações.

Nada tenho contra um sindicato de classe ser combativo. É este seu papel. E quem é que pode ser contra a valorização da educação? Isso é uma unanimidade nacional, apesar de ninguém no poder agir para que isso ocorra de fato. O professor precisa ter melhores salários e estruturas de qualidade para trabalhar. E, sem dúvida, isso não será conquistado sem a existência de um sindicalismo autêntico e combativo.

Mas acontece que boa parte do barulho que a APP costuma fazer não é exatamente com o objetivo da defesa do interesse do professor. Este sindicato tem ligações já bastante conhecidas com o PT, tanto que foi dele que saiu um deputado estadual petista, o Professor Lemos, que até hoje é uma das lideranças do grupo que há muitos anos está no comando da entidade.

O ativismo da APP costuma ser de um excessivo partidarismo que influi inclusive nas datas escolhidas para manifestações. Quando tem eleição chegando o paranaense sabe que é hora da APP dar as caras. Os alvos de crítica e muita vezes de ataques políticos pesados também são escolhidos a dedo. O interesse político restrito seleciona entre seus alvos políticos parlamentares que incomodam o poder federal do PT com uma oposição consequente ao governo federal. Se é oposição destacada à Dilma — ou, antes, ao Lula — o parlamentar leva pau da APP no Paraná.

E é claro que a APP também escolhe seus amigos no estado. Na imagem temos as duas lideranças mais importantes do sindicato, a presidente Marlei Fernandes de Carvalho e o deputado Lemos, junto com o deputado André Vargas. A foto foi feita numa manifestação em Curitiba, em agosto de 2011. É perceptível na imagem a intimidade entre os três. E não só os dois sindicalistas foram com alegria pro abraço com Vargas. Toda a liderança da manifestação da APP aparece em fotos animadíssimas com ele. Existem aquelas fotografias de praxe que são obrigatórias na relação oficial com alguma autoridade. Não é o caso dessas. O clima é de confraternização de velhos chapas.

A intensa ligação se sustenta no projeto de poder do PT no Paraná, que até agora tinha Vargas como chefe político da maior importância. Antes de cair em desgraça com a descoberta de suas relações com o doleiro, o deputado era o chefe da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo estadual. Era também quem mandava na liberação de verbas do governo federal. Porém, agora com Vargas não dá mais para a APP sair abraçada. Mas a eleição que está próxima exige que o PT indique logo um novo parceiro. Afinal, a luta continua, companheiros.
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Por José Pires

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Imagem- O deputado André Vargas confraternizando com a presidente da APP, Marlei Fernandes de Carvalho, e o deputado estadual petista Professor Lemos.

segunda-feira, 28 de abril de 2014


O herói dos blogs governistas

Os blogueiros governistas vivem apontando o dedo sujo para mostrar serviço ao governo do PT com os ataques à oposição ou a qualquer um que pense diferente do esquema do momento. Pois então nada mais justo que lembremos aqui o tratamento de herói que deram ao deputado André Vargas, que até na semana passada era um maiorial do PT, de onde praticamente foi expulso. O ex-presidente Lula usou uma entrevista com os próprios blogueiros governistas (que chamam a si mesmos de “blogueiros sujos”) para dar um chega pra lá em Vargas. Os blogueiros ficaram caladinhos e seguiram a ordem do chefe.

Porém, o deputado André Vargas era tratado como um herói petista um mês antes da descoberta da imprensa sobre sua viagem de R$ 100 mil reais paga pelo doleiro e das revelações feitas pela Polícia Federal, que acusa o deputado de ser parceiro de negócios com o doleiro. Primeiro, Vargas era amado porque defendia que o governo desse mais dinheiro aos blogueiros e aos sites que estão fechados com o projeto de poder do PT. O então vice-presidente da Câmara também queria limitar a publicidade em órgãos de imprensa que fazem jornalismo e não o papel de serviçais do poder.

E para reforçar esta tocante afeição dos autointitulados blogueiros sujos, Vargas ainda repetiu na Câmara o gesto do punho pra cima que virou marca de mensaleiro indo pro xilindró. A manifestação foi para ofender Joaquim Barbosa, que era convidado da Câmara na condição de presidente do STF. Além de grosseira, a atitude do deputado ia contra até o interesse do governo neste situação. O Planalto queria abafar o caso dos mensaleiros e Vargas trouxe o fato de novo ao primeiro plano e da pior forma. Mas não se deve esperar de blogueiros sujos alguma capacidade de análise. O comportamento é de manada bruta.

Então, para satisfazer a pauta de ataques a Joaquim Barbosa esses blogs fizeram de Vargas um herói. Acontece que euforia não durou um mês. Já nos primeiros dias de abril surgiu o escândalo da viagem paga pelo doleiro e as descobertas da Polícia Federal. E então como recordação dessa glória fugaz ficaram textos como os do blogueiro governista Pedro Rovai, que afirmava na chamada de seu blog: “André Vargas provoca Joaquim Barbosa e honra Legislativo”.

Esta forma bajulatória foi a linha de todos, mas Rovai é um exemplo destacado porque é um líder dos blogs a serviço do poder. Ele é editor da revista Fórum, publicação governista desde o primeiro mandato de Lula. No texto ele aproveita para falar mal da ex-ministra da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Helena Chagas, demitida do governo em parte porque não queria dar mais dinheiro aos blogueiros. Já para Vargas é só elogios. Vamos a um trecho, onde ele diz como vê o gesto do então poderoso petista: “Prefiro entendê-lo como um afirmação do poder Legislativo. Algo como, aqui, Joaquim Barbosa, como todos os seus problemas, é a casa da pluralidade democrática. Se não gostou, fique à vontade, a porta de saída é serventia da Casa.”

Isso dá uma mostra do estilo desses blogueiros — que é sempre assim, na base da porrada — e também da asquerosa subserviência a quem está no poder. Agora que Vargas caiu em desgraça todos eles abandonaram seu herói.
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Por José Pires

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Publico o link aqui. Quando for dar uma olhada no blog, repare nos patrocinadores: http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/02/03/andre-vargas-provoca-joaquim-barbosa-e-honra-legislativo/

sábado, 26 de abril de 2014

Companheiro indesejado

Quando é apontada alguma ilegalidade vinda do PT os petistas sempre reclamam falando em perseguição, injustiça e também acusando os outros de prejulgamento. E eles vêm com este lero-lero mesmo quando a roubalheira é comprovada e os corruptos já estão condenados em última instância, como aconteceu recentemente com os mensaleiros.

Pois esta situação incômoda criada pelo deputado André Vargas serviu para mostrar de vez que até na defesa dos seus os petistas são muito seletivos. Vargas saiu ontem do PT, com a desfiliação que na prática foi uma expulsão. O presidente do partido, Rui Falcão, já havia avisado que se ele não saísse seria expulso. No popular: se manda ou leva um pé na bunda. E não vemos nenhum blog governista lamentando uma coisa dessas. Como é que fazem isso com o herói do partido que ainda há pouco levantou o punho ao lado do ministro Joaquim Barbosa? Não se ouve a voz de seus companheiros exigindo o “comprobatório”, como eles gostam de dizer. Não há sequer um murmúrio da militância nas redes sociais. Não vão exigir nem embargo infringente?

O deputado que caiu em desgraça era até agora um dos políticos mais prestigiados do partido. Virou vice-presidente da Câmara pela vontade do Palácio do Planalto e encabeçava a campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Na escala de poder no PT paranaense, acima dele no estado só havia o ministro Paulo Bernardo, seu antigo companheiro e marido da senadora. A própria Gleisi Hoffmann fazia par com Vargas em campanha por todo o Paraná. Andavam sempre juntos pelo interior do estado entregando chave de caminhão, motoniveladora e ambulância para os pobres dos prefeitos. E agora o deputado sai corrido desse jeito do partido.

Eu não seria doido de esperar alguma lógica do PT, mas não é fácil aguentar tanta contradição como existe neste partido. O PT deveria ter esperado Vargas mostrar as provas de sua inocência, como ele tem falado na imprensa que irá fazer no Conselho de Ética da Câmara. Os petistas jamais perderam o apego aos mensaleiros João Paulo Cunha, José Genoíno, Delúbio Soares e José Dirceu. Com eles foi mantida a confiança mesmo depois da condenação pelo STF e com todos metidos no xilindró. O que é que tem de diferente no André Vargas para que ele não mereça do partido a mesma compreensão e solidariedade?
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Por José Pires

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Imagem- André Vargas e Gleisi Hoffmann quando os dois saíam juntos fazendo campanha pelo interior do Paraná. A foto é de apenas dois meses atrás e a senadora parece preocupada com a mensagem que o deputado mostra a ela em seu celular

O partido do "eu não sabia de nada"

Os dirigentes do PT fazem de tudo para que o caso do deputado André Vargas seja visto apenas como um acidente de percurso. É aquele papo de que corrupção tem em qualquer partido ou de que "somos todos iguais". O discurso é insistente por parte dos petistas e de vez em quando vejo caindo nele até pessoas sem compromisso com o PT e muito menos com acesso aos privilégios garantidos por esta ligação partidária. Felizmente são poucos que fazem isso, até pelo fato de que ficou difícil a multiplicação espontânea de opiniões favoráveis vindas desse partido. E hoje em dia já está mais claro que nada vem do PT sem uma sólida ligação com o projeto de poder do partido.

O extraordinário sucesso até aqui da carreira do deputado Vargas nada tem de casual dentro do PT e nem pode ser creditado a um particular talento pessoal. Quem conhece o petista desde seu começo na política sabe que ele não é uma pessoa com dons especiais na sua área, a não ser na disponibilidade para atender aos que realmente mandam nas maquinações de bastidores no partido e no governo federal. E a partir da aparição do deputado petista no cenário nacional, com uma surpreendente relevância na máquina eleitoral partidária e no poder, já deu para sentir rapidamente que a elevada altura não havia sido alcançada em razão de um natural talento para a política.

André Vargas só pode ser visto como um fenômeno natural dentro do partido se a avaliação for no sentido de que se não fosse ele o esquema arrumaria com facilidade outro para colocar em seu lugar. A pessoa precisa ter a disponibilidade de servir a um projeto de poder que começa no domínio interno do partido. E isso hoje o PT tem aos montes. O deputado que caiu em desgraça vinha fazendo até agora esse serviço no Paraná, assim como outros “Vargas” fazem o mesmo em outros estados. O projeto de poder é nacional e nele é essencial o domínio da máquina partidária. É por esta via que surgem e crescem os “Vargas”.

No Paraná, os chefes do partido com ligação direta com o poder federal são os ministros Gilberto de Carvalho e Paulo Bernardo, ambos solidamente instalados no governo do PT desde o primeiro mandato de Lula. Vargas entrou na vaga de deputado federal deixada por Bernardo, quando este saiu para ser ministro. Assim é que são feitas as carreiras políticas e Vargas estava até agora na chefia deste projeto no estado, influenciando inclusive na escolha de nomes que dariam a continuidade de poder do grupo. Sua intenção este ano era sair candidato ao Senado. E ele já andava pelo estado monitorando candidatos escolhidos pela cúpula para outros cargos.

O grupo no Paraná é tão fechado que obrigatoriamente está centrado na construção da candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo estadual. É projeto de muitos anos. E tem que ser ela a candidata e pronto. Gleisi é mulher do ministro Bernardo. Gilberto Carvalho e Paulo Bernardo conhecem o deputado Vargas em proporções parecidas, em amizade que começou em Londrina. A ligação partidária entre eles é mais antiga que a amizade de Vargas com o doleiro preso, que também é da mesma cidade e já vai pra mais de vinte anos.

Para fugir da responsabilidade sobre o que vem acontecendo, ninguém dentro do PT pode alegar desconhecimento dos processos anteriores que resultaram na atual situação — tão grave que o próprio Lula deixou escapar o lamento de que “o PT está pagando o pato”. Mesmo quem nada tem a ver com o pato sempre esteve muito próximo de todos os lances, que até aqui de fora era possível em parte notar. A única justificativa para sair limpo dessa é se declarar totalmente incapaz de perceber durante anos a construção de um desastre que explode exatamente num ano eleitoral. Mas aí essa figura também não serve para fazer política, se é que serve para fazer alguma coisa.
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Por José Pires

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Imagem - Uma alegre reunião no Paraná quando André Vargas estava por cima: da esquerda para a direita, Vargas, Márcia Lopes (irmã do ministro Gilberto Carvalho, que o grupo tentou mas não conseguiu eleger prefeita de Londrina), Rui Falcão (que já pediu a cabeça do deputado), Gilberto Carvalho e o deputado estadual Ênio Verri.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Da lavra de José Serra

Grande artigo de José Serra publicado no Estadão desta quinta-feira e disponível também no site dele. Serra é um caso raro na política brasileira. Seus artigos são sempre bons e de fato são escritos por ele. No Brasil isso acontece com pouquíssimos políticos, que geralmente apenas assinam textos feitos por assessores. É por isso que aparecem muitos artigos de jornal que não se ajustam de maneira alguma ao, digamos assim, pensamento do político que põe o jamegão embaixo.

Com Serra não tem disso. Ele é um dos mais hábeis analistas políticos da atualidade, tarefa em que demonstra muito conhecimento econômico e sobre o funcionamento da máquina pública. E é claro que ele também é um dos políticos brasileiros mais capazes e certamente de uma honestidade à toda prova. Tem a garantia do crivo agressivo do PT. Não é qualquer um que resiste à terrível máquina de assassinar reputações montadas por esse partido. Em duas disputas acirradas para a presidência da República os petistas não conseguiram encontrar nada que desabonasse o tucano em sua longa carreira política e por isso criaram um dossiê falso. Além das acusações fraudulentas, como a de que o tucano ia privatizar o pré-sal.

Principalmente na disputa com Lula o PT queria evitar um segundo turno de qualquer jeito, para dar ao chefão o gostinho de vencer no primeiro turno ao menos uma vez. Porém, mesmo tendo que aguentar pauladas vindas até de seu próprio partido, Serra levou a eleição para o segundo turno. Nas duas vezes em que disputou, quase metade do país ficou com ele.

Neste artigo, Serra traz lembranças sobre o que pensava da então candidata Dilma Rousseff quando os dois se enfrentavam em debates eleitorais. Neste final de governo dá para ver que ele acertou em seus prognósticos. Este artigo tem até toques de humor, o que é incomum não só no que ele escreve. Mas parece que é tão absurda a situação criada pelo desgoverno do PT que até o Serra resolveu tirar uma casquinha. Ele até veio com uma definição certeira sobre Dilma, numa ótima tirada inspirada em frase de Winston Churchill, que vou antecipar aqui: "Dilma Rousseff tem o dom de empregar o máximo de palavras para expressar o mínimo de pensamento. Mesmo assim, um mínimo errado".
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Por José Pires

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O fim de uma grande amizade

A foto é realmente do escritor Gabriel García Márquez depois de ele ter levado um certeiro soco no olho. E quem deu o soco foi o escritor Mario Vargas Llosa. Até então esses dois grandes escritores eram amigos inseparáveis e também tinham ideias parecidas em política. Eram de esquerda e ambos apoiaram a revolução liderada por Fidel Castro em Cuba, em 1959. Depois, cada um seguiu um caminho diferente, García Márquez mantendo sua ligação com o regime de Fidel Castro e estreitando sua amizade com o ditador cubano, enquanto Vargas Llosa tornava-se um brilhante crítico do autoritarismo e do totalitarismo e ativista dos mais atuantes na luta pela democracia no continente latino-americano.

Os dois são brilhantes escritores. É bobagem buscar nas ideias políticas de cada um algo para diminuir a grande contribuição que tanto o peruano Vargas Llosa quanto o colombiano García Márquez deram à cultura do nosso continente. Em política estou com Vargas Llosa e tenho por García Márquez até uma antipatia pessoal pela sua ligação inclusive íntima demais com ditadores, além da negativa que ele sempre teve de sequer se permitir a discutir criticamente o papel da esquerda na América Latina. Porém, o que saiu da sua cabeça em literatura é tão maravilhoso quando os belos livros feitos por Vargas Llosa.

Cada um com sua visão de mundo, são personalidades de admirável capacidade que expressaram na política e na arte questões essenciais do século vinte e desse comecinho do terceiro milênio. Os dois também são representativos de uma importante discussão política, que prossegue com Vargas Llosa, agora sem a presença de seu mais destacado adversário. E quanto ao soco que Vargas Llosa deu com gosto na cara dele, isso nada teve a ver com política. Foi coisa de rabo de saia, uma reação do peruano ao saber de alguma coisa ocorrida entre García Márquez e sua mulher.

Numa entrevista à revista Esquire há alguns anos o próprio Gárcia Márquez explicou porque ficou de olho roxo. O incidente aconteceu na Cidade do México, em 1976. E o colombiano deu esta versão: “Foi tudo por um mal entendido que tivemos quando vivíamos em Paris, quando Mario [Vargas Llosa] e eu ainda éramos amigos. Coisa de casais. Nos cruzamos na entrada do cinema e sem rodeios ele me deu um soco no olho. E acho que me disse: “Isto é pelo que fizeste com Patrícia” [a mulher de Vargas Llosa]. E nunca soube bem se ele disse “fizeste” ou “disseste”.
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Por José Pires

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mais um recorde inglório

O que acontece com o Brasil, que acumula tantos recordes mundiais negativos? Agora é na morte de ambientalistas, com o nosso país responsável pela metade do número de assassinatos de defensores do meio ambiente no mundo. De 908 casos documentados pela ONG Global Witness, entre 2002 e 2013, no Brasil aconteceram 448. O relatório foi apresentado ontem e abrange 35 países.

E a situação deve ser ainda mais grave do que a apresentada pelo estudo. Conforme diz a própria ONG, é muito difícil a coleta desse tipo de dado. O número de assassinatos no Brasil revela a inoperância do governo em uma área essencial nos tempos em que estamos vivendo. Mostra também a dificuldade da ocupação da terra pelas vias legais e a ausência do Estado na organização e defesa do território nacional. Tantos mortos assim mostram que a batalha pelo meio ambiente pode estar sendo vencida pelos destruidores da natureza.

E isso ocorre exatamente no país em que foi morto Chico Mendes, em dezembro de 1988, um símbolo internacional da violência sobre os defensores do meio ambiente. A continuidade e a progressão de mortes é ainda mais grave em razão do PT ter na sua origem também a luta ecológica. E a reação à morte do líder seringueiro no Acre serviu também de impulso para a escalada do partido rumo ao poder.

No entanto, a violência contra ativistas do meio ambiente e as populações mais pobres que vivem próximas das grande matas do país só aumentou nesses 12 anos de governo do PT, um período no qual o país não se preparou para dias muitos ruins que virão pela frente em um mundo cada vez mais carente de recursos naturais. E está ficando cada vez mais tarde para isso,. Estamos num ponto que logo não haverá mais tempo para enfrentar problemas que podem exigir passos que deixamos de dar lá atrás. E enquanto isso o poder sobre a nossa natureza vai sendo decidido pela força.
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Por José Pires

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Link: Brasil é responsável por metade das mortes de ambientalistas

Palanque no poder

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) vai fazer um governo itinerante no Rio de Janeiro. O nome do projeto pode parecer gozação, mas é “Gabinete do Povo”. Pezão está no governo do Rio em substituição a Sérgio Cabral, de quem foi vice. Já reeleito ao mandato anterior, Cabral teve que se desincompatibilizar para se candidatar a outra coisa. Ele ainda não decidiu, mas a exigência é para qualquer uma delas: deputado estadual, federal ou senador.

É obrigatório o afastamento do Executivo para a disputa de uma vaga no Legislativo, mas prefeitos, governadores e até o presidente da República podem ficar no cargo quando pretendem uma reeleição, esta péssima ideia que Fernando Henrique Cardoso teve quando foi presidente da República e a teve exatamente para disputar mais uma eleição sem sair do poder. Mas dessa herança maldita nenhum político reclama. Tanto é que já é a terceira vez que o PT faz uso do melhor gabinete que existe para uma campanha eleitoral no Brasil: o Palácio do Planalto. E o governador Pezão, que tem o Palácio Guanabara, vai lançar seu “Gabinete do Povo”, projeto no qual ele nem precisa tomar o cuidado de disfarçar a intenção marqueteira. A situação de Pezão, aliás, mostra mais um drible político na moralidade, pois um vice acaba saindo para o que na prática é um terceiro mandato.

Essa facilidade de fazer campanha eleitoral no poder trouxe mais uma dificuldade para que o voto do eleitor seja transformador de fato. Com todos os poderes fiscalizadores que aí estão, na teoria pode parecer não haver problema algum, mas o que acontece de fato é que hoje em dia o governante que se comportar com a devida honestidade acabará sendo prejudicado numa eleição. E todos sabem que da forma que é tolerado o uso da máquina pública nenhum político irá fazer um esforço para resistir à tentação.
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Por José Pires

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Imagem- Como se fosse num espelho, o então governador Sérgio Cabral beija o vice Pezão

terça-feira, 15 de abril de 2014

Saindo de cena

O deputado petista Vicentinho quase acertou na mosca quando ecoou a voz do dono e fixou esta última sexta-feira como o prazo fatal para o “desfecho” do mandato do deputado André Vargas. Lula havia dado a determinação em entrevista a blogueiros governistas. O petista caído em desgraça renuncia hoje, depois de espernear mais do que o costume no partido. Vargas tem que sair de pauta porque sua figura está relacionada diretamente a duas candidaturas importantes para o PT, do ex-ministro Padilha, em São Paulo, e da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Seu sucesso na carreira política também se deve à relação muito próxima com Paulo Bernardo, ministro dos mais poderosos desde o primeiro mandato de Lula. E Vargas era até agora um homem forte no governo Dilma Rousseff. Foi coordenador de comunicação da campanha eleitoral da presidente e foi eleito vice-presidente da Câmara pelo óbvio interesse do Palácio do Planalto.

André Vargas não seria nada sem o ministro Bernardo, a começar de seu mandato como deputado federal. Foi a partir da nomeação de Bernardo ao ministério de Lula que começou a rápida subida de Vargas aos altos escalões de poder do governo do PT. Em 2006 ele foi eleito deputado federal, ocupando o espaço eleitoral do ministro no Paraná, que deixou de ser deputado com a nomeação para o ministério de Lula e segue até hoje no governo petista, atualmente comandando a pasta das Comunicações. Vargas sempre foi a aposta maior do PT paranaense. Nas eleições de 2010, do total de R$ 1,3 milhão declarado oficialmente à Justiça Eleitoral, o partido colocou 806 mil na sua campanha. Isso são os números oficiais. É assim que são eleitos os maiorais do PT, com a preferência de verbas, contatos políticos e outros privilégios bancados pelo grupo mais poderoso do partido. E ainda tem gente que vem com a conversa de que os políticos eleitos são representativos da vontade e do caráter da população.

É no Paraná que bate com maior força no PT o efeito das denúncias contra Vargas, surgidas na investigação da Polícia Federal que revelou relações suspeitas entre ele e o doleiro Alberto Youssef, que está preso. Até então, Vargas era um dos políticos mais fortes do estado e certamente o deputado federal mais influente na candidatura de Gleisi Hoffmann ao governo paranaense. Era praticamente dele o comando da campanha. Os danos para a candidatura de Gleisi não cessam com a renúncia. Para os paranaenses vai ficar até a hora do voto uma questão muito importante sobre o projeto político do PT no estado. Se não fossem todos esses acontecimentos alheios à vontade petista, no caso de uma vitória do partido o deputado André Vargas seria a partir do ano que vem a terceira figura mais poderosa do estado, abaixo apenas de Gleisi Hoffman e de seu marido, Paulo Bernardo. É um raciocínio lógico sobre o que poderia ocorrer se não tivesse havido a ação da polícia. E Vargas tendo uma estreita amizade com Youssef, por extensão o doleiro poderia ter conquistado um canal com governo do Paraná no caso de uma vitória eleitoral petista.
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Por José Pires

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Imagem - Paulo Bernardo passando o mandato de deputado federal para o pupilo André Vargas. Poderoso ministro desde o primeiro mandato de Lula, Bernardo é o chefe do grupo do PT paranaense que fez a carreira política de Vargas

domingo, 13 de abril de 2014

Assunto rolando

Passou desapercebida a morte de um líder de rolezinhos na última sexta-feira, ocorrida de uma forma que mostra o resultado do estímulo que deram a este tipo de atividade entre os jovens da periferia. Lucas Lima, de 18 anos, foi abandonado sem vida na porta de um hospital na Zona Leste de São Paulo depois de ser espancado em um baile funk. Ele morreu de parada cardíaca e traumatismo craniano. O moço era organizador de rolezinhos e ficou conhecido por ter organizado em janeiro um dos primeiros rolezinhos no shopping Metrô Itaquera. Na época, ele se queixou que nem podia mais frequentar shopping depois da repercussão que tiveram os rolezinhos.


Além deste embaraço a repercussão trouxe a fama e também inveja e rivalidade. Lucas teria sido morto no baile funk depois de uma confusão tola por causa de uma garota. No entanto, as notícias sobre o caso trazem informações sobre um fato dentro do fenômeno dos rolezinhos, que é o incômodo entre os jovens com a popularidade de líderes do movimento. Como já dava para prever logo no começo, formaram-se grupos com rivalidades que descambam para a violência. Existe ainda a dificuldade natural de lidar com a fama repentina, que deve ser ainda mais complicado numa localidade pobre onde a violência é menos limitada.


Existe uma corrente (na qual me incluo) que alertou desde o início sobre as consequências perigosas do estimulo aos rolezinhos. Falamos bastante sobre o óbvio risco à integridade física e emocional de todos, inclusive crianças e velhos, e também dos problemas para o comércio. E na época do auge dos rolezinhos apontei a insegurança que isso pode causar como uma cultura entre os jovens. A questão não era só a atrapalhação dentro dos shoppings. Teríamos que observar também os efeitos disso na vida dos jovens. Um resultado que podia ser previsto é a disseminação de quadrilhas determinando o comportamento coletivo de milhares de jovens. E parece que isso já está acontecendo.


No seu surgimento, os rolezinhos foram usados para corroborar teses esquerdistas que não fazem sentido nem na filosofia em que elas deveriam se apoiar. Teve gente que trouxe ao debate até o conceito de luta de classes, de uma forma que faria o velho Marx ficar muito bravo, ele que na cultura que surge em nossas periferias provavelmente identificaria uma reação de lumpesinato, de uma massa que não compreende nem por que sofre.


Em relação a essas lorotas muita gente contrapôs com o jargão do “leva pra casa”, que alerta de forma muito simples sobre o inferno que é viver próximo dessa realidade terrível que certos jornalistas e intelectuais estimulam de longe, sem nunca ter de viver o assédio e a intimidação que ocorre nos bairros mais pobres. Certas questões precisam ser encaradas levando em conta até a situação de pessoas que são obrigadas a ficar em casa temendo pelos filhos que estão de noite nas ruas, Não é preciso “levar para casa”, mas seria interessante ver esses “pensadores” tendo que ir agora às periferias dar uma ordem ao menos pacífica a esses movimentos que continuam em andamento mesmo depois de terem sido esquecidos como assunto.
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Por José Pires


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sábado, 12 de abril de 2014

Os narizes da senadora

A mentira geralmente é associada ao nariz do Pinóquio. Pois foi também numa mentira que apareceu agora o nariz da senadora petista Gleisi Hoffmann, que de tão arrebitado vinha sendo motivo de controvérsias desde que ela botou a cara na política nacional. Muitos diziam que o efeito era de bisturi, ela garantia que não. Olhando bem, dá mesmo a impressão de algo construído por cirurgia plástica. Mas nunca me preocupei com isso. Pagando de seu próprio bolso, que a espevitada senadora faça o que quiser de de seu nariz.

O problema são as afirmações dela de que nunca fez plástica. Aí o assunto virou uma questão de palavra. Em agosto de 2011, quando era poderosa chefe da Casa Civil, foi irritada sua resposta sobre isso para a Folha de S. Paulo. "Nunca fiz plástica e não aguento mais ficarem me perguntando", ela disse. Mas agora apareceu na internet um vídeo mostrando que na sua juventude o nariz não era arrebitado.

Bem, não custa repetir que a minha opinião é que cada um deve cuidar de seu nariz como quiser. Porém, tendo uma vida pública não existe impedimento algum de que as pessoas tenham esta curiosidade. E qual é o problema de uma cirurgia plástica? Não havia a necessidade de mentir. Foi com isso que a senadora fez de seu nariz um problema.

Agora trouxeram a prova com o nariz original. Numa acareação de narizes fica claro que o de agora é diferente do antigo. O vídeo que descobriram é com Gleisi Hoffmann falando como presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Curitiba (UMESC). A gravação é das eleições de 1985, com o apoio da entidade a Roberto Requião para prefeito de Curitiba.

Nessa época, Gleisi Hoffmann estava no Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, que até hoje aparelha entidades do movimento secundarista. Gleisi era um dos militantes profissionais que o PCdoB põe na direção dessas entidades. Desde então a senadora não tem feito outra coisa na vida que não seja política. Mudou para o PT e foi pulando de cargo nomeado em cargo nomeado até se eleger em 2010 direto ao Senado, respaldada pela força do grupo político comandado no Paraná por seu marido, o ministro Paulo Bernardo, um dos chefões do PT nacional.

Gleisi Hoffmann já tem problemas de sobra na sua candidatura ao governo do Paraná. Aconteceu a prisão por estupro de menores do assessor especial que ela nomeou quando foi chefe da Casa Civil do governo Dilma. E teve também as denúncias que envolvem seu parceiro político, o deputado André Vargas, que sempre foi tão de sua confiança que até agora era um dos chefes mais fortes da sua candidatura. E agora aparece essa história de nariz. E pior ainda, um nariz de Pinóquio.
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Por José Pires

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Imagem - Gleisi Hoffman numa foto atual e como era antigamente, quando militava no PCdoB e tinha um nariz diferente.


quarta-feira, 9 de abril de 2014


terça-feira, 8 de abril de 2014

Desprezando as amizades

Ah, as amizades que se vão na desgraça política. Nesta terça-feira o ex-presidente Lula deu um chega pra lá no deputado André Vargas. Foi em entrevista a um grupo de blogueiros governistas, dos autodenominados “blogs sujos” que fazem um serviço de ataques à oposição e defesa dos interesse do governo do PT. Na entrevista, Lula disse que Vargas precisa se explicar para que o “PT não pague o pato”. É claro que ele não está com nenhuma preocupação ética, o que seria extraordinário na sua conduta. Faz tempo que Lula defende só o que é dele.


A preocupação é com o desgaste político que pode afetar ainda mais o governo Dilma e contaminar candidaturas que já estão nas ruas. O caso já complicou bastante a candidatura ao governo do Paraná da mulher do ministro Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann. Vargas era o homem forte da sua pré-campanha. E ficou muito difícil andar com o deputado do lado. Então, ninguém vai defendê-lo em ano eleitoral complicadíssimo como esse. Sua renúncia é só uma questão de tempo, que os maiorais do partido esperam que seja o mais curto possível.


Essa fala de hoje do Lula acabou com qualquer chance de Vargas ter guarida no partido para sua defesa. O ex-presidente já tem um amplo histórico de falta de escrúpulos para abandonar os amigos que se tornam um peso para ele e o partido, mas neste caso ele foi particularmente cruel. O recado dado em conversa com os blogueiros a serviço do governo é pra largar de vez o deputado.


O PT não quer ter de responder perguntas muito simples, porém muito incômodas, como por exemplo sobre a influência determinante de Vargas em áreas sensíveis do governo como o Ministério da Saúde. Alguém acha possível que possa sido coisa só do deputado a interferência num contrato de altíssimo valor entre o ministério da Saúde e a empresa Labogen? Só esse negócio era de R$ 150 milhões. O Palácio do Planalto não fica sabendo de uma negociação deste valor ou ao menos a Casa Civil não dá uma conferida para ver se pelo menos a empresa que vai prestar o serviço existe de fato?


O PT precisa se livrar rápido de Vargas porque ele esquenta a pauta de maracutaias. Além do que, muita coisa ainda pode vir por aí. Com certeza seus companheiros do PT sabem muito bem o tamanho da bronca e Lula deve ter uma ampla visão dos riscos que o levou a largar mais um aliado na estrada. Agora o ex-presidente procura mostrar um distanciamento, mas faz tempo que ele também é amigo de Vargas, que já era deputado federal durante seu governo e está ao seu lado desde antes da sua primeira eleição para presidente. É uma amizade tão antiga quanto a de 20 anos que o petista tem com o doleiro.
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Por José Pires



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Imagem - Lula e o amigo André Vargas numa foto de bastidores feita no mês passado, poucos dias antes de estourar o escândalo. Sinta a intimidade entre o ex-presidente e o deputado amigo do doleiro preso.

A tesoura petista


O jornalista Reinaldo Azevedo publicou hoje um vídeo em seu blog no site da revista Veja e em menos de uma hora o vídeo foi excluído do Youtube. O controle de mídia que os petistas querem é este. Tem a desqualificação do adversário, quando atacam qualquer revista, jornal, site, blog e até mesmo página de Facebook que não diga o que eles querem. E tem também a censura, como fizeram com a exclusão deste vídeo.


O vídeo mostra o então ministro Alexandre Padilha pedindo votos ao deputado André Vargas (PT-PR). Foi no ministério da Saúde, comandado na época por Padilha, que havia um contrato de R$ 150 milhões com um laboratório, o Labogen, uma empresa de fachada que tinha por detrás o doleiro Alberto Youssef, que hoje está preso. Uma parte do contrato (R$ 31 milhões) já havia sido assinada pelo ministro Padilha, quando estourou o escândalo, com a revelação pela PF da amizade do prestigiado deputado petista com o doleiro. Gravações da PF mostram Vargas falando sobre este negócio com Youssef.


O vídeo deve reaparecer. Sempre tem alguém que o republicou em outro site. Mas esta é uma mostra do controle de mídia dos petistas. E este controle tem se alastrado pelo Brasil afora também por outros meios. São os empregos em assessorias de sindicatos e outras instituições controladas pelo partido e também os ganhos que aparecem nas campanhas eleitorais, quando jornalistas são contratados para este trabalho esporádico. Dessa forma, vão se calando os jornalistas, por conivência ou temor de perder estas formas de amenizar a péssima situação da profissão em todo o interior do país. E claro que tem também a pressão sobre as redações quando o PT assume prefeituras.


Em parte, foi este silêncio vergonhoso que permitiu a próspera carreira de André Vargas. O petista é amigo há vinte anos de um doleiro que já esteve metido em outros escândalos e em Londrina nunca se publicou nada sobre isso. Mas aí então deve-se perguntar: mas os sindicatos de jornalistas nada fazem? Ora, esses sindicatos estão junto com o partido, atuantes na luta por um controle de mídia.
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Por José Pires

Declinando convites

A vida social do deputado federal petista André Vargas certamente deu uma aquietada depois que ele caiu em desgraça política com a revelação de suas relações muito próximas com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal. O momento é de reuniões reservadas. Pode ter mais conversas dele com o doleiro que até agora desconhecemos e também é provável que as redações tenham guardado algo para as próximas edições. E nem é preciso aparecer mais nada para que o deputado esteja avaliando a renúncia ao mandato.

Nos últimos tempos Vargas andava em atividades intensas. Passava dias pelo interior do Paraná em companhia da senadora Gleisi Hoffmann entregando motoniveladoras, caminhões e maquinários oferecidos pelo governo do PT como se fossem esmolas aos municípios paranaenses. Todos os projetos do PAC e até empréstimos da Caixa são usados para isso. É o clientelismo transformado pelo PT em política de Estado e que vem sendo desavergonhadamente aproveitado durante todo o governo. Por isso que essa turma se reelege sempre.

Mas para André Vargas essas entregas de chave de caminhão e de casa para gente pobre agora é passado. Faltando seis meses pra eleição quem é que vai querer sair na foto com o político petista que viaja em jatinho pago por doleiro? Até agora André Vargas era poderoso na campanha do PT ao governo do Paraná, mas com o escândalo a espevitada senadora é quem vai querer menos o parceiro por perto.

O deputado petista não pode frequentar mais nem festa de aniversário. Esta fotografia é de uma festa surpresa para ele, que fez aniversário no dia 2 de março. É claro que no dia do agrado Vargas ainda estava por cima. Reparem nas cores das bexigas. É uma fixação marqueteira doida, não é mesmo? Da esquerda para a direita na imagem estão, além do aniversariante, o deputado estadual Enio Verri e o prefeito de Apucarana, Beto Preto, além de seu vice. O petista Verri, que é de Maringá, cresceu junto com Vargas na política, ambos sob as asas poderosas do ministro Paulo Bernardo.

Mas depois desta festa de aniversário as coisas mudaram bastante. Teve o avião pago pelo doleiro e as conversas de negócios descobertas pela PF. Pois neste 4 de abril foi o dia do aniversário do deputado Enio Verri. A festa em comemoração foi inclusive anunciada com propaganda (como já disse, é a fixação marqueteira). É claro que fui conferir as presenças na página do deputado maringaense. Pois o André Vargas não foi ao aniversário do companheiro Verri, que antes fizera a festa surpresa pra ele em Brasília. Nem sei se Vargas foi convidado, mas de qualquer forma sua agenda com certeza está tão tomada por questões urgentes que deve ser difícil arrumar tempo pra comer um pedaço de bolo com os companheiros.
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Por José Pires


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Imagem - O deputado estadual Enio Verri na festa surpresa que fez para André Vargas. Verri aniversariou dias depois e companheiro não foi na sua festa cantar os parabéns.