sábado, 7 de abril de 2018

O plano B petista e a regressão do partido do Lula

Os petistas viviam dizendo que não havia um "Plano B", mas este circo de dois dias em torno da ordem de prisão do ex-presidente Lula demonstra que na verdade eles tinham esse plano: o "B” era de besteira. Da forma que o chefão do PT costuma repetir, nunca antes na história deste país se viu um partido fazer tamanha besteira como foram esses dois dias de espetáculo grotesco, tendo ao centro o ídolo de uma militância profissionalizada, a soldo de sindicatos, de esquemas políticos em universidades e outras instituições públicas, com o apoio de instrumentos práticos do projeto de poder petista, como o MST, MTST, e outras organizações de fachada que servem a Lula e seu partido como arma de intimidação.

O esquema é profissional, com bastante suporte financeiro, vindo da contribuição em dinheiro de trabalhadores para seus sindicatos, como está explícito nos imensos balões de propaganda da CUT, da Apeosp e de outras entidades, neste uso abusivo do orçamento e da estrutura de sindicatos, a serviço de um partido. Talvez por viverem tempo demais nesta bolha, os petistas julguem que estão com o controle da massa, na resistência para resgatar Lula das mãos da polícia. Mas o público que atende aos chamados é sempre esta militância profissional, enquanto a massa de verdade só acompanha o desenvolvimento estúpido deste inusitado "Plano B".

O uso fácil de tecnologias modernas, com vídeos e mensagens que saem com rapidez de pequenas máquinas, também fortalece a ilusão dentro da bolha vermelha, como pode ser observado nas falas deterministas de nulidades políticas como Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, dentre outros políticos petistas que terão dificuldades em seus estados até para se elegerem deputados, mas que discursam como se comandassem as massas na hora da tomada do palácio do Czar, ou do ditador Fulgêncio Batista em Cuba, tanto faz.

Já faz algum tempo que psicologicamente o PT vem recuando no tempo, atarantados na sua falta de estratégia e até do mínimo senso de marketing. Já estavam parecidos com aquele partido do começo, antes de Lula arranjar um bom marqueteiro que lhe fizesse barba e cabelo, forçando-o, pelo jeito, até a tomar um banho. O PT já estava igual ao partido mandão e belicoso de sua origem, antes de seduzirem uma boa parcela do eleitorado com mensagens de progresso social e paz, o que logo se viu que era um logro.

Com esses dois dias de circo o partido de Lula regrediu ainda mais. Virou uma esquerda pré-64, com aquela mesma irresponsabilidade bravateira, provocadora e estimulante de retrocessos políticos. Para nossa sorte, ao contrário da esquerda o país amadureceu bastante. Só por isso nossa democracia não desmontou nesses dias em que a maioria dos brasileiros assistiu com espanto e até com certo humor, além de muita vergonha alheia, este espetáculo grotesco da regressão da esquerda brasileira ao que ela tinha de pior.
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POR José Pires

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